terça-feira, 29 de abril de 2008

Nomofobia


Eu devo estar passando por algum Inferno Astral Tecnológico. Primeiro sem PC, depois sem conexão, de novo sem PC e finalmente vítima do Caladão da Claro. E ainda sem ter dado um jeito no Frank, que vive rateando. Deve ser algo cármico ou então uma conjunção negatia de bytes no meu mapa-mãe.
No sábado passado nada com a marca Claro funcionava. Celulares mudos, nada de sms e 3G completamente fora do ar. E eu finalmente entendi o que é a tal da nomofobia. Nunca ouviu falar? Eu também não tinha ouvido, até a semana passada. É uma daquelas coisas que americano adora inventar ou nomear. Eles criam uma síndrome por semana e você com certeza tem alguma ou, mais provavelmente, muitas delas.
Nomofobia vem do inglês No Mobile, numa tradução livre que espero esteja certa, significa algo como, sem celular. Ou incontactável, de um jeito mais erudito. A Síndrome é descrita como uma fobia ou angústia de estar sem contato.
Em príncipio era apenas um estudo sobre o impacto do celular na vida moderna, mas a pesquisa avançou um pouco mais, e eles classificaram como fobia de estar privado de comodidades tecnológicas. Se você se angustia quando a bateria do celular acaba e fica pensando em quantas ligações perdeu, ou tem vontade de gritar com a atendente quando a Banda Larga está fora do ar...bem vindo ao time! Você é nomofóbico!
Eu descobri que estou a caminho desta praga! Os 3 dias sem internet e sem sms me deixaram irada! Fiz um escândalo com a Claro, bati boca com a atendente e inventei métodos para usar a conexão caracol que consegui. Mas no fim foi engraçado.
Como todo vício, as primeiras 24h foram as piores. Olhava o PC desligado e achava que faltava algo na minha sala. Aliás isso é o engraçado da história.
Meu trabalho é feito em casa na maioria do tempo e tenho o hábito de ligar o pc assim que começo a trabalhar. As imagens que uso como modelo para o meu trabalho de artesanato estão todas no pc e fico na mesa ao lado...um olho no trabalho e outro no PC. Quase nunca consigo entrar na Internet antes da 17h ou 18h, que é quando dou um intervalo no trabalho, mas saber que eu NÃO PODIA entrar se quisesse é que era angustiante.
A Claro parece ter voltado. E no fim, acho que vou ter que agradecer por esse pequeno intervalo. Meus armários estão impecavelmente em ordem, minha mesa de trabalho brilha de tão limpa e dormi cedo por 3 dias! Mas como o vício ainda dorme aqui embaixo da superfície, cá estou eu, "nomofobicamente" preocupada com o próximo apagão e escrevendo rapidinho para vocês!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Campanha da Amizade


Engraçado como as coisas chegam até nós exatamente quando estamos pensando ,ou procurando por elas. Faz tempo que eu queria fazer uma homenagem as minhas relações virtuais, aos encontros que a net me proporcionou, mas não tinha decidido como. Hoje, ao abrir o blog, encontro um comentário da Cacau e um presente tão delicado. O selinho aí em cima é da Campanha da Amizade. O objetivo da Campanha é indicar 10 blogs amigos.
Primeiro queria agradecer a Cacau pelo gesto tão delicado e pedir desculpas por andar tão afastada dos blogs. Foram muitos motivos, desde o PC pifado até muito trabalho, mas isso conto em outro post, vamos ao que interessa...

Meus indicados na Campanha da Amizade:

Blog da Cacau (Brigadinha!!!)
Na Marquise do BBB (Valeu meninas!)
Blog da Mari (As voltas com fraldas e chupetas)
Blog da Nina ( A Rainha dos Selinhos!)
Blog da Mineira (Viajando, sumidinha, mas nunca esquecida!)
Blog da Mara (Quando nada é notícia...mas sempre tem café quentinho!)
Espaço Claudia Damm (Delicado e inteligente!)


Special, hiper very special para:

Lolita
BeBé
Sil

Nessa nova versão de Os três Mosqueteiros, com direito a Dartagnan(que vive sumindo...saudades, Sil!), que reeditamos com muito sucesso.
Eu sei que as duas não tem blog, mas vou abrir uma exceção na campanha, por que falar de amigos na net e não citar essas duas seria um crime! Adoro todos vocês!!!!

PS: Aos que tem blog e queiram continuar a campanha, é só copiar a imagem e distribuir entre os seus indicados.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Da série, Aventuras do João...

Andando de ônibus....


Sempre que leio beijos para o João aqui, sinto um incontrolável impulso de viver um momento mãe coruja e contar aventuras do pivete. Tenho conseguido me conter...ainda bem ou vocês leriam textos e mais textos sobre isso. Mas hoje me deixei levar pelo impulso e resolvi contar uma nova aventura do moleque.
Seguindo ordens do psiquiatra, apesar de eu ter relutado muito, João está indo sozinho para escola. Tudo bem que eu moro numa cidade onde o último crime de homicídio deve ter uns 3 anos e o crime da semana é um cachorro sumido, que muita gente(eu inclusive) acha que fugiu e não foi roubado, como o dono alega. Mesmo assim, soltar meu pivete para ir e voltar da escola sozinho foi quase um parto.
A escola fica a uns 8km de distância o que impossibilita ir andando. Até o meio do ano passado ele ía e voltava de Van. Era prático por que mantinha uma rotina simples dele entender, sempre nos mesmos horários de ida e volta, sempre com as mesmas pessoas. Essa estabilidade é fundamental para autistas, eles se desequilibram facilmente com qualquer quebra de rotina, então ele ficava bem tranquilo sabendo exatamente o que iria acontecer.
Só que além de autista, antes disso, ele é um pré adolescente...quer ser igual aos amigos. E aqui, nenhuma criança com mais de oito anos vai para escola de Van! Vão de bicicleta, de ônibus, até a cavalo! De Van de jeito nenhum. Foi só quando eu percebi, que todas as crianças que começaram com ele na Van já estavam andando sozinhas e que ele era o mais alto do grupinho, que eu me toquei que os argumentos do psiquiatra eram realmente importantes.
Comecei devagar....deixei ele ir para escola com uma funcionária que trabalhava no mesmo horário. Quando ela não ía, lá ía eu de ônibus levar o pivete. Claro que ele não achou muito boa essa troca. Pior que andar de Van, só ser levado pela mãe!
Esse ano tomei uma decisão radical. Ele iria sozinho e eu iria ter que aguentar a ansiedade. Tudo bem que a aposentadoria da funcionária e a cara de desgosto dele, quando insinuei a volta do transporte de Van, tiveram um peso grande na decisão.
As coisas correram muito melhor do que o meu desespero de mãe super protetora imaginou. Em uma semana ele se adaptou a nova rotina e passou a ir e voltar. A carinha de contente ao descer sozinho do ônibus em frente em casa valeu os meus novos cabelos brancos. E tudo correu direitinho até quinta-feira passada. Quando o ônibus das 17:30h passou e ele não desceu dele.
Aqui vale uma explicação. Eu moro num distrito afastado, aqui o ônibus passa em horários determinados e com intervalos que vão de uma a duas horas, dependendo do período do dia. São normalmente micro ônibus, que não aceitam o passe especial que o João tem. Quando vou ao médico pago passagem até o centro do munícipio, onde só então tenho transporte gratuito. Isso daria outro post e prometo comentar depois. O que importa é que eles sempre trouxeram as crianças de escola pública(caso do João) sem problemas. Mas na quinta-feira houve uma alteração. Proibiram o transporte de alunos e colocaram um novo ônibus, de duas portas, as 18:20h para trazer esses alunos.
Não vou listar aqui os adjetivos que usei com o motorista, que infelizmente era novo na linha e não conhecia o João, quando ele chegou aqui sem meu filho. Peguei a bicicleta e fiz 8km em uns 15 min. E, apesar da minha crise de mãe sufocante, vi que, pra variar, o psiquiatra estava certo. Ele estava sentadinho no ponto de ônibus, esperando. Ou eu ou o próximo ônibus, um dos dois ía vir. Ele disse isso, com uma cara irritada. Estava irritado, agitado com a quebra da rotina, mas foi capaz de lidar com ela. O que, claramente, não teria sido seis meses atrás.
E, ontem ele mostrou que a decisão de deixá-lo andar sozinho, apesar dos meus cabelos brancos, tem dado resultados muito maiores que apenas uma economia no transporte. O ônibus quebrou e só haveria outro em mais de 1h. Ele não apenas foi capaz de lidar com a mudança, como foi além. Uma coleguinha ligou para a mãe ir buscá-la de carro e João, espertamente, descolou uma carona!
Então é isso. Para quem perguntou do João, ele anda vivendo aventuras rodoviárias....

PS: Para os paulistas (viu, BeBé?) Van é o mesmo que Perua!


quinta-feira, 10 de abril de 2008

Réquiem


Meu PC morreu. Claro que ele escolheu fazer isso justamente depois de eu passar um mês sem fazer backup. Claro que, também foi exatamente na pior época para o meu bolso. Mas a verdade é que o Júnior, o finado PC, já vinha me avisando que as coisas não andavam bem. E eu vinha me fazendo de surda. Ou melhor de morta, já que cada vez que eu olhava meu bolso e chegava a conclusão que não tinha dinheiro para mexer nele, fazia uma oração e ligava o bichinho. E ele, generoso, sempre funcionava.
Assim foi por bravos 3 anos comigo, depois de alguns anos de serviço com a minha prima. E eu fui confiando nele, mesmo com alguns engasgos de vez enquando. Até que ele percebeu que avisos não davam certo e resolveu que ía berrar de verdade. Passou a desligar sozinho! Achei que era greve ou manha de menino mimado. Mas não era. Depois de abrir, limpar, reencaixar tudo, rezar, ameaçar e até fazer promessa ele continuava se recusando a ligar. Apelei. Esqueci o bolso vazio e chamei o técnico.
Ver o Júnior esquartejado, em pedaços tão pequenininhos, pelo técnico me deu uma dor no coração. Mexe daqui, vira de lá, testa fio, aperta slot e nada. Junior foi remendado e levado embora. Minha sala ficou tão vazia...Meu amiguinho de todas as horas tinha me abandonado.
Ontem o diagnóstico terrível: a placa mãe não tinha mais jeito. Finito, acabado. Me preparei para o golpe e perguntei o que iria ser feito. Uma placa do tipo da minha, para que eu pudesse aproveitar o processador e a memória 190 reais, sem falar na mão de obra. Terror! Meu bolso disse que a greve agora seria dele!
O técnico, que além de tudo é um amigo querido, disse que o melhor mesmo seria trocar a placa por uma mais nova e junto o processador e a memória. Por incrível que pareça saía por 200 reais e aumentava minha velocidade! Não consegui até agora entender por que uma placa mais antiga e de pior qualidade é mais cara que uma nova e mais eficiente! Coisas da tecnologia.
Meu bolso continuou berrando. "Fora de cogitação, vá correr na praia e esqueça a net" (meu bolso é da geração saúde)....
Bem...dei a notícia ao técnico. "Feche o Júnior e traga de volta para que ele descanse entre os seus..." Mas, como diria minha mami, mas vale amigo na praça que dinheiro no bolso. O técnico muito gente boa me arrumou uma placa de segunda mão. Um gato, que não vai durar muito, mas me deu um mês até conseguir o material e finalmente acertar a vida do Júnior. Aliás do Frank, de Frankstein, já que ele está nesse momento funcionando com pedaços vindo de outros PCs finados, que promoveram a doação. O engraçado é que agora tenho um problema oposto, a placa doada não tem ligação com o botão do power, então tenho que desligar por atalho de teclado! Coisas da vida....
Então estou aqui...só Deus, a placa-mãe doada e o Frank sabem até quando!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Internet, Mentiras e Video Tape



Domingo passado, o meu vício por BBB me levou a assistir um programa que eu odeio: Domingão do Faustão. Não vou listar aqui as causas de detestar o programa, mas uma fala do apresentador ficou na minha cabeça por toda a semana. Quando o Rafael Almeida foi questionado sobre uma notícia que havia aparecido na internet, o Fausto, daquela maneira "hiper delicada de ser", disse que a internet é o penico do mundo. Que nela se fala e se faz qualquer coisa.
Existem jeitos mais elegantes de dizer isso, mas que a intenet se tornou um celeiro fértil para todo tipo de mentiras, teorias de conspiração e malucos de plantão, eu não duvido. Escondidos atrás de nicks e de um monitor, cada um pode dizer e se transformar no que quer. Muitas vezes, sem medir as conseqüências de seus atos.
Dessa cena, e de algumas elucubrações mentais durante essa semana, nasceu, uma não muito ortodoxa classificação de mentirosos da net. Não existe qualquer rigor científico e qualquer semelhança com fatos, pessoas ou lugares reais terá sido mera coincidência...hehehe, eu sempre quis escrever essa frase!

O Solitário: Em geral são inofensivos. Só querem companhia e um pouco de atenção. Suas mentiras são quase ingênuas e só tem a intenção de atrair. Podem contar vantagens, de viagens, amigos ou saídas, mas no fundo se sentem vazios. Não costumam criar muitos laços, por que suas histórias são frágeis e logo descobertas, então se movem para outros grupos e começam tudo de novo.

O Sofredor Profissional: Também conhecido como Hipocondríacus Sufridus, ele tem sempre uma doença nova, um problema novo, um caso grave e irreversível na família. É uma sub espécie do tipo solitário. Também quer atenção e tenta conseguir através do sofrimento, mesmo que inventado. No fundo ele sofre mesmo, mas não de uma doença no corpo e sim na alma.

O Hipócrita: Esse tem uma vida perfeita. E se sente perfeito. Ele tem altos ideais, uma vida acima de qualquer suspeita e uma moral inatacável...até a página cinco. Olhado de perto as contradições aparecem. O perigo do hipócrita é quando ele se transforma no próximo tipo...

O Patológico: Ele mentiu tanto e tantas vezes que passou a acreditar no que diz! Ele defende suas histórias com tal paixão que qualquer um menos avisado acredita! Ele é capaz de ser pego em contradição e transformar a história a seu próprio favor. É um tipo perigoso, por que é desagregador. Ele não hesitará em manipular pessoas para que corroborem com suas histórias, não terá crises de consciência em distorcer fatos e invariavelmente provocará dores em seu caminho.

O Picareta: De todos, esse é o mais perigoso. Ele não quer apenas atenção, nem ser mimado ou paparicado. Ele quer o número do seu cartão de crédito, sua conta bancária ou esvaziar sua carteira. É sedutor, servil muitas vezes. Ele tenta se mostrar acima de qualquer suspeita, mas nas entrelinhas tentará arrancar detalhes de sua vida financeira.

Eu já conheci todos os tipos acima, em menor ou maior grau...Um tombo aqui, outro acolá e apesar dos arranhões sobrevivi a todos. Ainda gosto de navegar, de bater papo em blog, de conversar no msn, mas ando tendo aulas intensivas de como me tornar menos ingênua(até ameaças de cascudo! kkk). Vale a pena ainda acreditar no ser humano, mas não custa ter cuidado!


"Ter mentido é ter sofrido. O hipócrita é um paciente na dupla acepção da palavra; calcula um triunfo e sofre um suplício. A premeditação indefinida de uma ação ruim, acompanhada por doses de austeridade, a infâmia interior temperada de excelente reputação, enganar continuadamente, não ser jamais quem é, fazer ilusão, é uma fadiga. Compor a candura com todos os elementos negros que trabalham no cérebro, querer devorar os que o veneram, acariciar, reter-se, reprimir-se, estar sempre alerta, espiar constantemente, compor o rosto do crime latente, fazer da deformidade uma beleza, fabricar uma perfeição com a perversidade, fazer cócegas com o punhal, por açúcar no veneno, velar na franqueza do gesto e na música da voz, não ter o próprio olhar, nada mais difícil, nada mais doloroso. 0 odioso da hipocrisia começa obscuramente no hipócrita. Causa náuseas beber perpetuamente a impostura. A meiguice com que a astúcia disfarça a malvadez repugna ao malvado, continuamente obrigado a trazer essa mistura na boca, e há momentos de enjôo em que o hipócrita vomita quase o seu pensamento. Engolir essa saliva é coisa horrível. Ajuntai a isto o profundo orgulho. Existem horas estranhas em que o hipócrita se estima. Há um eu desmedido no impostor. O verme resvala como o dragão e como ele retesa-se e levanta-se. O traidor não é mais que um déspota tolhido que não pode fazer a sua vontade senão resignando-se ao segundo papel. É a mesquinhez capaz da enormidade. O hipócrita é um titã-anão. "

Victor Hugo, in "Os Trabalhadores do Mar"

 
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