sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Assim é, se lhe parece....



Alguém já disse que em tudo na vida existem três versões: a minha, a do outro e a verdadeira. Por mais imparcial que imaginemos ser não somos capazes de enxergar A VERDADE. Por que ela chega até nós filtrada por nossas emoções, nossas experiências, nossas histórias e nossas noções de certo e errado. A verdade que enxergamos é a nossa verdade, construída em cima de nossas expectativas.
Enxergar algo além daquilo que está obviamente a nossa frente nem sempre é fácil. E mais que isso, nem sempre é o que queremos. O natural é analisar tudo de nosso confortável ponto de vista.
Assim a minha dor é maior que a do outro, sempre. As minhas necessidades são mais urgentes. Os meus amores muito mais intensos. As minhas decepções muito mais doloridas. Não por que eu seja egoísta, mas por que a minha percepção da dor e da necessidade do outro é limitada.
Nada de errado nisso....desde que eu reconheça essa minha limitação e tenha o cuidado de não fazer dela uma desculpa para todos os meus atos. Ou torna-se fácil demais justificar minhas atitudes como sendo parte da minha impossibilidade de perceber as dores do outro.
E aí eu ganho um salvo conduto para exigir sempre que compreendam as minhas necessidades e enxerguem as minhas ações, enquanto ignoro ou finjo ignorar a do outro. Quem de nós não conhece alguém com a capacidade de inverter as situações, sempre ao seu próprio favor?
São especialistas na arte de manipular. Sejam palavras, fatos ou pessoas. Manipulam até que estejam dentro da verdade que lhes convém. Invertem as situações e passam num piscar de olhos de algozes a vítimas, de culpados a inocentes.
É cansativo conviver com pessoas assim por que elas nos obrigam a estar sempre em estado de atenção, medindo cada palavra, cada gesto, para que ele não seja mal interpretado nem usado contra nós.
Aprender a olhar com olhos mais amorosos e menos impositivos, entender que nem tudo "é", quase tudo "apenas parece ser"...... É um desafio diário tentar me colocar no ponto de vista do outro e aceitar que não sou capaz de sentir a dor dele, sou no máximo, capaz de me solidarizar com ela, mas sentir é algo muito pessoal. Se sou capaz de entender que minha compreensão do outro é limitada posso julgar menos e amar mais, cobrar menos e doar mais....

 
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