quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Faça o que eu digo, não o que eu faço...


Impossível fugir do assunto que domina a net hoje. Eu adoro BBB e, mesmo esse estando uma porcaria, não deixei de assistir...e confesso estar enojada com as cenas patéticas desta noite. Assistir um homem usar de seus conhecimentos médicos para coagir, agredir e forçar uma confissão, contraria tudo que eu acredito.
Thatiana Bione é chata. Exagerada, barulhenta, sem noção e mais um monte de outras questões que eu poderia enumerar aqui. Mas a sua orientação sexual e a necessidade de assumí-la ou não publicamente é algo que só diz respeito a ela. Ainda que o Marcelo realmente estivesse preocupado com o seu "grande amigo" Marcos, não teria o direito de usar as palavras que Tathy algumas vezes deixou escapar, ou sua capacidade de analisar o comportamento humano, para confrontar uma garota meio bêbada e claramente ainda confusa sobre sua orientação sexual.
Marcelo não agiu em defesa de Marcos. Marcelo agiu por que Bione o incomoda, por que ela espelha seus próprios defeitos, suas próprias contradições. O Marcelo que cobra de Bione um posicionamento, é o mesmo que disse só ter contado a verdade à sua família semanas antes de entrar no programa. É o mesmo que usou sua revelação como um teatro bem armado para angariar simpatia do público. É o "doctor" que ao mesmo tempo que se diz homosexual amanhã se diz Bi, depois pan e que demonstra interesse por uma mulher.
Marcelo ontem deixou cair a máscara de jogador bem articulado e expôs o que eu sempre vi nele: manipulação, agressividade, falsidade e um ego exarcebado e perigoso.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Por que Rir Ainda é o Melhor Remédio!


Escrever é uma arte... e, às vezes, uma piada!


"Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para satisfação dos habitantes." Claro, agora os defuntos estarão sempre de banho tomado!


"No corredor do hospital psiquiátrico, os doentes corriam como loucos." Eu me assustaria se eles estivessem conversando como normais!


"O cabrito-montês ficou morto na estrada durante alguns instantes."E depois ele recussitou??


"O presidente de honra é um jovem septuagenário de 81 anos."E eu sou uma bebê de 35!


"Parece que ela foi morta pelo seu assassino."Nossa, que trabalho interessante de investigação!


"A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço."Deve ser por isso que vivem de mão atadas!


"O acidente fez um total de um morto e três desaparecidos. Teme-se que não haja vítimas."Sobreviventes então, nem pensar!


"Nascido em Formosa do Rio Preto, Bahia, ele só tinha duas opões: matar ou roubar para comer. No entanto, ele preferiu trabalhar". Não eram duas opções? De onde veio a terceira???


"Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem intensamente." O frio não estava filiado ao sindicato grevista

"O acidente foi no triste e célebre Retângulo das Bermuda
s."Gente, até ontem era um triângulo! Vai ver que qualquer dia inventem o CÍRCULO DAS BERMUDAS...



"Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio,trata-se de um incêndio."Ah, bom! achei que fosse um churrasco!


Todas as frases acima foram retiradas de Jornais e Revistas reais, publicadas por jornalistas formados(???)....Bem...Melhor rir do que chorar!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Eu, você, todos nós...



Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava,o medo no primeiro dia na escola, você é os nervos à flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Saquarema, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra e o que esqueceu, mas ainda vive dentro do coração.

Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a primeira decepção, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, ou de ter falado demais, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora, mas ainda mais os sorrisos que deu.

Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pêlo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta,você é o toque, o suor, o arrepio, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo,você é o medo do futuro, o descontentamento com o hoje, a vontade de mudar, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, que ferido não agride, mas que luta, que persiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.

Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.

Você é a luta, a dor, a paixão, o brilho no olho no primeiro encontro. Você é a certeza de ter tentado e a incerteza do resultado, Você é medo e vontade, luta e recuo, dor e prazer, você é o que grita e chora, ama e sofre, quer e perde, acolhe e aceita, começa, recomeça e não desiste.

Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê, a verdade que se esconde no silêncio da noite, no choro no travesseiro, você é alma, vida, luta, desejo e fogo...você é o que quer ser!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Comentando e Seguindo em Frente

Primeiro queria agradecer a todos pelas manifestações de carinho e apoio que recebi. Aos que comentaram e, aos que sem o fazer, estiveram comigo por email, por msn e por telefone.Existem momentos em que palavras são dispensáveis, em que uma piada ou a preocupação de um amigo em estar simplesmente por perto, ouvindo ou rindo junto, mesmo que sem motivo, são muito mais importantes que qualquer outra coisa.
Segundo, João Victor vai muito bem obrigado e, queiram ou não, permanecerá na escola com seus amigos, levando sua vidinha normal, entre livros, terapia, natação e umas broncas aqui e ali. Nada diferente do que já passamos antes e, infelizmente acredito, do que ainda iremos passar.
Nunca foi minha intenção fazer desse blog uma espécie de bandeira, ele nasceu para ser um espaço entre amigos, como diz seu nome, para escrever sobre o que penso e compartilhar com os amigos coisinha que gosto...mas sou mãe e isso é parte de mim, então não pude deixar de compartilhar com vocês esse momento também.
O hallos de ontem merece alguns comentários e eu não os queria escondidos lá dentro, mas aqui, para todo mundo ver.

Cacau, bem vinda ao grupo. Adoraria que você falasse sobre a experiência em outros países. Realmente o Brasil de papel, aquele das leis e gabinetes é perfeito, mas infelizmente quando as leis vem para o mundo real elas perdem um pouco o sentido, por que são deturpadas pelos homens.


Mara, seu carinho nunca precisou de palavras. Ele existe e é perceptível na sua maneira delicada de fazer cada um se sentir único. Você é capaz de transformar um espaço, muitas vezes impessoal como a net, numa casa em que cada um se sente acolhido, único e alvo de um tratamento exclusivo. Já disse que quando crescer quero ser assim? Parecidinha com você?

Lolita e BeBé, não vou separar as duas no meu comentário por que estiveram juntinhas nesses dias e o carinho conjunto me aqueceu. Eu não preciso ver o avatar de vocês aqui (embora goste de ver!) por que o carinho e o afeto de vocês se faz presente todo dia e independe de qualquer coisinha escrita. Mais ainda que isso, o que torna tão especial o que eu recebi de vocês nesses dias foi a renúncia. Amigas que esqueceram os próprios problemas para cuidar do meu. Obrigada? Talvez eu deva um agradecimento assim...mas amigos não agradecem com palavras, agradecem com risadas, um papo divertido e o amor que vocês sabem que tem em mim. E umas biritinhas no Finish of the Week, que afinal ninguém é de ferro!

Chris e Sil, que dividiram comigo suas próprias experiências, nessa arte tão difícil que é criar um filho, tornada ainda mais difícil quando os pequenos fogem do molde e não são "perfeitos"....Mas, afinal, quem é perfeito? Eu, com certeza, não sou. Não acredito em deficiências menores. A dor que vocês sentem com os problemas enfrentados pelos seus pequenos, não é menor que a minha com o meu pivete. Nem maior ou menor que a da mãe que empurra uma cadeira de rodas, sofre por não ouvir a voz do filho mudo ou por não poder mostrar a praia ao filho cego. Somos todas aventureiras nessa arte, errando, acertando, brigando, chorando muitas vezes e rindo outras tantas. Mas, sempre tentando o melhor caminho. E, apesar de não saber que caminho é esse, sei e acredito, mais ainda que ontem, que ele não passa por esconder, disfarçar ou envergonhar-se. Ele nasce e se faz no enfrentamento diário, ainda que cheio de percalços, mas de cabeça erguida e dizendo ao nossos pequenos que diléxicos, hiperativos ou portadores de asperger, eles são antes de tudo, apenas crianças. Com o mesmo direito de qualquer uma outra, de serem amados e respeitados em suas diferenças.

*As fotos que ilustram esse post são do João Victor em dois momentos: aos 8 dias de nascido, a primeira vez que pude pegá-lo no colo, ainda na UTI Neo Natal Intermediária, onde ficaria por mais uns dias e aos 11 anos, depois de contrariar muitos diagnósticos "definitivos" e não apenas aprender a andar, mas inclusive a jogar futebol!

A vida segue, tocando em frente!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

DIFERENTE SIM...E DAÍ?

....Atualizado....


Eu gosto de azul e você de vermelho. Prefiro chocolate e você goiabada. Adoro dormir até tarde e você acorda com as galinhas. Sou incapaz de ler uma frase em inglês e você fala três línguas diferentes. Ok! Isso faz de nós diferentes. Sou mais alta, ou mais gorda, mais inteligente, menos atlética, destra e você canhota...E daí? Desde quando gostar de chocolate, não saber o que significa FTW ou a mão que eu escrevo, me define?
Concordamos até aqui? Que bom. Mas, e se eu disser que sou cega, ou surda, incapaz de andar, disléxica, autista, deprimida, superdotada....isso também faz de nós diferentes. Mas será que nos define? Qual a diferença entre limites e limitações?
Se eu não gosto de chocolate e você me convida para um lanche, com certeza providenciaria um bolo de fubá ou de coco. E não reclamaria disso e nem trataria como um grande inconveniente. Seria normal, um gesto de carinho com alguém que você convidou. E se você convidasse um cadeirante para ir a sua casa? Consideraria um grande inconveniente precisar providenciar rampas de acesso ou uma porta mais larga?
Em algum momento a diferença passa a ser deficiência e o que seria apenas um gesto de carinho ou uma adaptação vira um grande problema, um caso clínico, uma preocupação extrema. E o que eu não conheço ou não sei lidar vira um problema. Ignorância vira medo e daí para a agressão e a exclusão é só um passinho.
Ser diferente, fugir do padrão, da norma se torna um peso enorme, numa sociedade em que a eficiência é quase uma obrigação, em que a perfeição física é o modelo e em que sair do molde é um pecado mortal. No entanto, quem de nós não é imperfeito ou pouco eficiente em algo?
Ensinei meu filho desde muito cedo, que suas limitações não são limites, mas obstáculos apenas. E como tal devem ser vencidos. Também o ensinei que elas não o definem, não dizem quem ele é. Ele aprendeu a dizer psiquiatra, com a mesma naturalidade que diz ortopedista. Terapia, com a mesma cara que diz natação. Por que cada uma delas é parte de seu desenvolvimento, e não parte de sua vergonha.
Ontem e hoje, não pela primeira vez, eu me questionei se essa foi a melhor escolha. Se encarar de frente o preconceito é uma atitude verdadeira ou apenas uma atitude suicida. Respostas eu ainda não tenho, nem sei se as terei em um curto espaço de tempo. Talvez elas não cheguem nunca. Mas se elas não vierem, resta-me o consolo de ter feito aquilo que acreditei correto.
Enquanto pais e familiares trancarem suas crianças "diferentes" em casa, como se elas fossem uma vergonha ou um peso, elas continuarão a ser vistas dessa forma. Enquanto se aceitar o segregamento delas em escolas especiais, em classes diferentes, como se elas não fizessem parte da mesma sociedade que eu ou você, elas crescerão à parte.
Uma rua não é feita pra quem anda, mas deveria ser acessível a todos. Uma escola não é feita para algumas crianças, mas para todas, sem exceção. Por que elas crescem. E é na escola, assim como na vida, que elas aprendem a conviver e a respeitar as diferenças.


UPDATE: Para ler e Refletir...

“...E diferente, para mim, não é apenas
quem sai da chamada normalidade física.
Existem os interiormente diferentes
(poetas, pintores e músicos em geral).
Dizia eu que a carga de preconceitos vários
é tão grande, quando a diferença é de natureza física,
que ali se instala uma das maiores fontes
de sofrimento humano.

O diferente carrega desde cedo apelidos
e marcações, os quais acaba incorporando.

Só os diferentes mais fortes do que o mundo
se transformaram (e se transformam)
nos seus grandes modificadores.

Diferente é o que vê mais longe do que o consenso.
O que sente, antes mesmo dos demais
começarem a perceber.

Diferente é o que se emociona, enquanto
todos em torno agridem e gargalham.
É o que engorda mais um pouco; chora onde
outros xingam; estuda onde outros burram.
Quer onde outros cansam.
Espera de onde já não vem. Sonha entre realistas. Concretiza entre sonhadores.
Fala de leite em reunião de bêbados.
Cria onde o hábito rotiniza.
Sofre onde os outros ganham.
Os diferentes aí estão:
enfermos, paralíticos, anões, portadores
de síndrome de Down, machucados, engordados, anoréxicos, inteligentes em excesso,
bons demais para aquele cargo, excepcionais,
narigudos, barrigudos, joelhudos, de pé grande,
de roupas erradas, cheios de espinhas,
de mumunha, de malícia ou de baba.
Aí estão, doendo e doendo, mas procurando ser, conseguindo Ser.

A alma dos diferentes é feita de uma luz além.
Sua estrela tem moradas deslumbrantes
que eles guardam para os pouco capazes
de os sentir e entender.
Nessas moradas estão tesouros da ternura humana.

De que só os diferentes são capazes.

Jamais mexa com o amor de um diferente.
A menos que você seja suficientemente forte
para suportá-lo (o amor) depois”.

Artur da Távola



*Post em construção, sem correções.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A lição dos lobos


Acredito na bondade do ser humano. Sou uma otimista por natureza. Já levei algumas “bordoadas” por isso, algumas de cicatrização difícil e cura longa e dolorosa. Mas teimosamente, continuo crendo que a maioria das pessoas é boa, que suas intenções nem sempre são compreendidas e que no fundo a maldade aparente é muitas vezes apenas o reflexo de dores profundas. Ainda acredito que as pessoas muitas vezes agridem por defesa, por medo. Muitas agem como feras acuadas e feridas, que rosnam e mordem primeiro, por que temem ser mordidos.
Justificativa simplista? Talvez. Não sei se sou tola ou inocente demais. Ou ingênua como alguns amigos me definem. O que eu não duvido nunca é que a maldade humana sempre, inevitavelmente acaba por se voltar contra quem a pratica. Trata-se de uma lei quase física, ação e reação. Não no campo material, mas no campo espiritual, na aura ou energia que circula entre todos nós. Ninguém consegue dar ao Universo dor, agressão e maldade e receber de volta afeto e compreensão. Ninguém planta violência e colhe paz.
Somos todos ligados de maneira invisível uns aos outros, cada ato, pensamento, desejo e ação geram uma onda que se propaga no tempo e no espaço e se encontra com tantas outras de tamanho e energia diferente e que hoje ou amanhã, acabam por voltar até nós.
Gosto de pensar na lição dos lobos. São animais gregários, que vivem pelo e para o bando. Lobos caçam em grupo e se um dos seus está ferido ou doente, ainda assim é alimentado, cuidado e protegido. Seus filhotes, diferente de outras espécies, alimentam-se primeiro e são mantidos sempre vigiados por uma espécie de babá que está disposto a morrer se necessário, para garantir a vida da nova geração. Temos muito a prender com eles.
Desculpem o tom melancólico, mas hoje estou triste e decepcionada. Vai passar, com certeza. Aliás outra das certezas (poucas, muito poucas) que tenho na vida: tudo passa, até as maiores dores. Restam cicatrizes. Mas essa é outra história.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Assim é, se lhe parece....



Alguém já disse que em tudo na vida existem três versões: a minha, a do outro e a verdadeira. Por mais imparcial que imaginemos ser não somos capazes de enxergar A VERDADE. Por que ela chega até nós filtrada por nossas emoções, nossas experiências, nossas histórias e nossas noções de certo e errado. A verdade que enxergamos é a nossa verdade, construída em cima de nossas expectativas.
Enxergar algo além daquilo que está obviamente a nossa frente nem sempre é fácil. E mais que isso, nem sempre é o que queremos. O natural é analisar tudo de nosso confortável ponto de vista.
Assim a minha dor é maior que a do outro, sempre. As minhas necessidades são mais urgentes. Os meus amores muito mais intensos. As minhas decepções muito mais doloridas. Não por que eu seja egoísta, mas por que a minha percepção da dor e da necessidade do outro é limitada.
Nada de errado nisso....desde que eu reconheça essa minha limitação e tenha o cuidado de não fazer dela uma desculpa para todos os meus atos. Ou torna-se fácil demais justificar minhas atitudes como sendo parte da minha impossibilidade de perceber as dores do outro.
E aí eu ganho um salvo conduto para exigir sempre que compreendam as minhas necessidades e enxerguem as minhas ações, enquanto ignoro ou finjo ignorar a do outro. Quem de nós não conhece alguém com a capacidade de inverter as situações, sempre ao seu próprio favor?
São especialistas na arte de manipular. Sejam palavras, fatos ou pessoas. Manipulam até que estejam dentro da verdade que lhes convém. Invertem as situações e passam num piscar de olhos de algozes a vítimas, de culpados a inocentes.
É cansativo conviver com pessoas assim por que elas nos obrigam a estar sempre em estado de atenção, medindo cada palavra, cada gesto, para que ele não seja mal interpretado nem usado contra nós.
Aprender a olhar com olhos mais amorosos e menos impositivos, entender que nem tudo "é", quase tudo "apenas parece ser"...... É um desafio diário tentar me colocar no ponto de vista do outro e aceitar que não sou capaz de sentir a dor dele, sou no máximo, capaz de me solidarizar com ela, mas sentir é algo muito pessoal. Se sou capaz de entender que minha compreensão do outro é limitada posso julgar menos e amar mais, cobrar menos e doar mais....

Não discuta...me dê chocolate!



O que o homem deve ou não deve dizer quando a sua mulher ou namorada está na TPM:


PERIGOSO: O que tem pro jantar?
SEGURO: Posso te ajudar com o jantar?
SEGURÍSSIMO: Onde você quer ir pra jantar?
ULTRA-SEGURO: Aqui, come esse chocolate


PERIGOSO: Você vai vestindo isso?
SEGURO: Nossa, você fica bem de marrom.
SEGURÍSSIMO: Uau! Tá uma gata!
ULTRA-SEGURO: Aqui, come esse chocolate


PERIGOSO: Tá nervosa por quê?
SEGURO: Será que não estamos exagerando?
SEGURÍSSIMO: Toma 100 reais.
ULTRA-SEGURO: Aqui, come esse chocolate.


PERIGOSO: Será que você devia comer isso?
SEGURO: Sabe, ainda tem bastante maçã.
SEGURÍSSIMO: Quer um copo de vinho pra acompanhar?
ULTRA-SEGURO: Aqui, come esse chocolate.


PERIGOSO: O que você fez o dia todo?
SEGURO: Espero que você não tenha trabalhado demais hoje.
SEGURÍSSIMO: Adoro quando você usa esse robe!
ULTRA-SEGURO: Come mais um pouco de chocolate


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Vida de Cão?

Procure viver como um cão...

1. Nunca deixe passar a oportunidade de sair para um passeio.
2. Experimente a sensação do ar fresco e do vento na sua face por puro prazer.
3. Quando alguém que você ama se aproxima, corra para saudá-la(o).
4. Quando houver necessidade, pratique a obediência.
5. Deixe os outros saberem quando invadirem o seu território.
6. Sempre que puder, tire uma soneca e se espreguice antes de se levantar.
7. Corra, pule e brinque diariamente.
8. Coma com gosto e entusiasmo, mas pare quando estiver satisfeito.
9. Seja sempre leal.
10. Nunca finja ser algo que você não é.
11. Se o que você deseja está enterrado, cave até encontrar.
12. Quando alguém estiver passando por um mau dia, fique em silêncio, sente-se próximo e gentilmente tente agradá-lo.
13. Quando chamar a atenção deixe alguém tocá-lo.
14. Evite morder quando apenas um rosnado resolver.
15. Nos dias mornos, deite-se de costas sobre a grama.
16. Nos dias quentes, beba muita água e descanse embaixo de uma árvore frondosa.
17. Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
18. Não importa quantas vezes for censurado, não assuma a culpa que não tiver e não fique amuado... corra imediatamente de volta para seus amigos.
19. Alegre-se com o simples prazer de uma caminhada.
20. "Se o seu problema tem solução, então não há com o que se preocupar.
E se o seu problema não tem solução, toda preocupação será em vão."


*Esse texto tem várias origens supostas, mas a que eu mais gosto é que se trataria de um texto Tibetano, uma espécie de manual da Felicidade. Os destaques são meus, mas concordo com ele integralmente. Seja você um apaixonado por cães ou não, tente encarar a vida como nossos amigos caninos...



terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Preguiça? Não...Meditação Profunda!


Os Dez Mandamentos do Preguiçoso

1. Viva para descansar;

2. Ame sua cama, ela é o seu templo;

3. Se vir alguém descansando, ajude-o:

4. Descanse de dia para poder dormir à noite;

5. O trabalho é sagrado, não toque nele;

6. Nunca faça amanhã o que você pode fazer depois de amanhã;

7. Trabalhe o menos possível, o que tiver que ser feito, deixe que outra pessoa faça;

8. Relaxe. Ninguém morreu por descansar;

9. Quando sentir desejo de trabalhar, sente-se e espere que ele passe;

10. Não se esqueça, trabalho é saúde. Deixe-o para os doentes.



A preguiça é a mãe do progresso, se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.






domingo, 10 de fevereiro de 2008

Meu Primeiro Amor






Meu primeiro amor era louro. E tinha olhos azuis. Dele lembro o nome, Sidney, e que gostava de sorvete de chocolate. Foi um amor fulminante. Desde o primeiro momento em que ele me puxou o cabelo e eu lhe dei um tapa. Tá...não foi o jeito mais romântico de começar um namoro...Mas deêm um desconto, eu só tinha 4 anos, me tornei melhor em sedução ao longo dos anos!
Sidney foi meu grande parceiro no Jardim de Infância. Éramos uma dupla aventureira! Não havia porta e nem carcereira que nos detivessem. Tia Lu, a carcereira em questão, era a professora do Jardim. Jovem e recém formada nós dois devemos ter sido seu pior pesadelo!
Fugíamos para o parquinho, roubávamos biscoito dos coleguinhas na hora do recreio, jogávamos bola dentro de sala...Enquanto as outras crianças dormiam a gente cantava, os coleguinhas brincavam de fazer minhocas de massinha e a gente fazia guerras de bolinha, a turma foi fazer uma excursão ao Jardim Zoológico e nós nos perdemos no Museu da Quinta!
Tentaram nos colocar em turmas separadas. Foi o primeiro grande obstáculo do nosso amor. E resolvemos com elegância e bons argumentos...abrimos o berreiro por três dias seguidos. Desistiram e voltamos pra Tia Lu....para nossa felicidade, alivío dos nossos pais e provavelmente desespero da Tia Lu!
Joelhos ralados, algumas cicatrizes e um quase afogamento na piscina da escola e chegamos ao fim do ano. Acho que ninguém estava mais feliz no dia da formatura que a Tia Lu. Até hoje suspeito que isso tinha alguma coisa a ver com as férias e a ausência da dupla furacão!
Resistimos a separação de turmas, aos castigos, as dez milhões de vezes que ficamos sem recreio....mas não resistimos as férias. Nosso amor morreu na praia. Literalmente. Sidney foi passar férias em Saquarema e a família decidiu ficar por lá.
Foi minha primeira decepção amorosa...trocada por alguma rata de praia de cabelo descolorido ou talvez por um baldinho e alguns brinquedos de areia. No primeiro dia de aula tenho certeza que vi um sorriso aliviado em Tia Lu ao perguntar onde andava meu amor e ouvir minha resposta lamentosa...
Mas algumas carteiras a frente sentava um moreno bonitinho. Quem sabe não era hora de variar?



sábado, 9 de fevereiro de 2008

Vitória




Hoje eu não vou escrever nada. Só quero compartilhar com vocês duas vitórias do meu filhote. Alguns já sabem, outros ainda não, mas meu pequeno guerreiro tem dificuldades motoras. Hoje, pela primeira vez em doze anos ele foi capaz de sozinho, vestir uma calça jeans com botões e zíper e para coroar a vitória amarrou os sapatos. Vocês não imaginam o quanto isso significou para um adolescente que está voltando as aulas.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Culpa ou Responsabilidade?




Um dos sentimentos mais paralisantes do ser humano é a culpa. Ela congela emoções, faz com que enxerguemos tudo por meio de uma lente de aumento cruel, que exacerba nosso erros e minimiza quaisquer dos acertos. A culpa é punitiva e nem um pouco motivadora. Quando nos sentimos culpados de algo, sentimos junto um misto de vergonha pelo que fizemos e uma vontade enorme de nos escondermos, além de uma espécie de repulsa por nós mesmo.
Em meio ao lodaçal da culpa qualquer atitude do outro pode ser interpretada como uma ofensa e uma reafirmação dos nossos erros. Se alguém não sorriu é motivo bastante para que nos sintamos atingidos, cobrados, encurralados. É como um labirinto em que a culpa forma as paredes. Rodamos dentro dela e não encontramos saída.
Então isso significa que somos sempre isentos de culpa? Ou que nossas ações não devem ter consequências? Claro que se alguém matou o outro, ou roubou, ou cometeu qualquer crime, é sim culpado. Mas não me refiro a culpabilidade criminal. Falo daquela culpa de todo dia, culpa de não ter estado presente para um amigo ou não ter brincado o bastante com o filho. Culpa pelas oportunidades perdidas, por pessoas magoadas em nossa trajetória, pela falta de atenção aos nossos pais, pelas decisões erradas ao longo da vida. Essa culpa que vira uma bagagem pesada, um fardo difícil de carregar.
Não ganhamos nada com esse fardo, não acrescentamos nada em nossas vidas ao carregararmos essas culpas como parasitas nocivos em nossa existência. Claro que somos responsáveis pelos nossos atos e todos eles, querendo ou não, geram uma reação. Trata-se de uma lei da física. Não posso fazer algo sem que o Universo me responda, com uma força de mesma direção e mesma intensidade. Mas a Responsabilidade é pró-ativa.
Se tenho consciência que a situação em que me encontro é produto das decisões que tomei e assumo a responsabilidade por estes atos, sou capaz de, na sequência, tomar decisões que possam reverter tais fatos. Se a culpa paralisa, tomar pra si as responsabilidades de nosso atos nos torna capazes de mudá-los. Se a culpa aumenta nossos erros até um tamanho insuportável, a responsabilidade os torna claros e delimita seus campos de ação. A culpa imobiliza, a responsabilidade move. A culpa corrói, a responsabilidade liberta.
Não alimento culpas, apesar de saber que cometi enormes erros ao longo da vida. Tento aprender com eles e, quando possível, reconstruir aquilo que abalei com meus atos e decisões equivocadas. E também tento não culpar o outro. O que não retira deles a responsabilidade por cada uma de suas decisões.
O amigo que não ligou, o chefe que não foi justo, a prima que roubou o namorado, o filho que não entende uma correção, não merecem o fardo da culpa que muitas vezes fazemos questão de colocar em suas costas, mas devem saber que, estão sujeitos sim, as consequências de seus atos e devem ser responsáveis por eles. A diferença fundamental é que quando eu culpo alguém coloco junto uma carga de cobrança e de mágoa. Afinal se o outro é culpado eu tenho que, necessariamente, ser inocente. Quando deixo claro ao outro que apesar de reconhecê-lo responsável pelos erros, não quero dele uma culpa subserviente, mas uma atitude madura, uma mudança efetiva em sua relação comigo e com a sociedade, sou capaz de estender a mão e seguir em frente.




quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Não pode com eles?? JUNTE-SE A ELES!!!!

Este é um post protesto!
Advertência: Não nos responsabilizamos por possíveis comportamentos compulsivos ou pelas suas consequências.

Gostou? Quer mais? Eu recomendo a Sala da Nina ou o Puxadinho da Lolita.

Para Jogar: clique com o botão esquerdo do mouse nos grupinhos de cubos da mesma cor para destruí-los. Preste atenção onde clica! O Objetivo do jogo é deixar menos cubos do que o número que aparece abaixo da palavra GOAL. Fique de olho nas possíveis combinações com as quedas dos bloquinhos. Bom Jogo!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Pequenos Prazeres


Sorvete de Chocolate com Calda Quente.
Cheiro de terra molhada.
Andar descalça na grama.
Filhotes...de todos os tipos, tamanhos e raças.
Fazer cosquinha no meu filho, rolar com ele na cama, até os dois estarem ofegantes.
Abrir o biscoito recheado e lamber primeiro o recheio.
Pôr do sol na praia.
Dormir até tarde. Melhor, dormir até a hora que o sono mandar.
Comer sem contar calorias.
Cheiro de bebê.
Jogar conversa fora com amigos.
As piadas do meu primo. Todas absolutamente infames!
Colo de mãe.
Um livro de poesia, rede e um dia de chuva.
Legião Urbana, Marisa Monte, Ana Carolina...as 3h da manhã, só por que deu vontade.
Manga colhida no pé.
Mengooooooo! Vencendo o vasco, melhor ainda!
Roupa nova.
Pijama de flanela no inverno.
Beijo na boca.
Vinho tinto.
Fondue de queijo.
Revista em quadrinhos da Turma da Mônica.
Um edredom quentinho e um abraço forte.
Banho quente.
Hidratante e shampoo com cheiro de fruta.
Pizza.
Comédia Romântica e Desenhos da Disney.
Saber-se amado, apesar dos defeitos e até mesmo por causa deles. Ser mais amoroso, menos castrador, gostar mais de mim, cuidar dos amigos, ligar pra quem se ama, ouvir e falar o que se pensa.Ter mais prazeres e menos obrigações, mais amor e menos regras, mais afeto e menos lições de moral...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Porque Poesia é Fundamental...

Poesia é alimento da alma. Posso ficar sem ler um conto por dias, sem chocolate por uma semana e sem novela pelo resto da vida...mas dois dias sem poesia me causam uma séria crise de abstinência. Então se acostumem por que o tema será figurinha fácil aqui neste espaço. Amo Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Drumond, Cecília Meirelles e um sem número de poetas ditos "menores". Adoro ler poetas novos, fuçar os sebos em busca de títulos menos conhecidos. Foi numa dessas incursões que conheci Ranier Maria Rilke.
Sugestão de um dono de sebo, que provavelmente estava irritado de me ver mexendo em tudo e não levando nada e chegou meio mau humorado para me perguntar o que eu estava procurando.
Acho que era dos meus, um apaixonado por poesia. Assim que ouviu a palavrinha mágica desfez a carranca e com um jeito soridente, sacou de uma pilha em separado, um livro assim fininho, de capa escura e jeito despretensioso. Era "Cartas a um Poeta", de Rilke. Nunca havia escutado falar no poeta, mas o rosto entusiasmado do dono do sebo e o precinho camarada do livro me convenceram. E no ônibus, no caminho para casa, nasceu uma paixão que resiste a muitos anos. Amo Rilke!
Essa paixão já me fez passar por situações engraçadas. Rilke é um poeta alemão e sua obra é pouco conhecida aqui no país, então me vi comprando dicionários de Alemão para ler o poeta em sua língua natal...bem esse desastre eu conto outro dia. Hoje, deixo aqui dois dos meus poemas prediletos deste autor, que morreu em 1926, mas cujos poemas ainda emocionam a alma de hoje em sua solidão de cidade grande.

O Fruto

Subia, algo subia, ali, do chão,
quieto, no caule calmo, algo subia,
até que se fez flama em floração
clara e calou sua harmonia.

Floresceu, sem cessar, todo um verão
na árvore obstinada, noite e dia,
e se soube futura doação
diante do espaço que o acolhia.

E quando, enfim, se arredondou, oval,
na plenitude de sua alegria,
dentro da mesma casca que o encobria
volveu ao centro original.

(Tradução: Augusto de Campos)

Canção de Amor

Como hei-de segurar a minha alma
para que não toque na tua? Como hei-de
elevá-la acima de ti, até outras coisas?

Ah, como gostaria de levá-la
até um sítio perdido na escuridão
até um lugar estranho e silencioso
que não se agita, quando o teu coração treme.
Pois o que nos toca, a ti e a mim,
isso nos une, como um arco de violino
que de duas cordas solta uma só nota.
A que instrumento estamos atados?
E que violinista nos tem em suas mãos?
Oh, doce canção.

(Tradução Paulo Quintela)


PS: Sebo, aqui no Rio, é como chamamos as livrarias que vendem livros raros ou usados. São verdadeiros parques de diversões para leitores compulsivos como eu.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Amores de Infância


O nome dela era Tetéia. Para os mais novos e desavisados, tetéia era como minha avó chamava os bibelôs ou enfeites que ficavam na estante. Mestiça de pequinês com teckel aquela raça que muitos chamam de salsicha, Tetéia era, na definição do meu veterinário, uma highlander. Como aquele guerreiro imortal do filme.
Nenhum de nós sabia direito a idade dela, o aniversário se perdeu nas memórias da minha avó. Mas ela já estava lá quando eu nasci.
Tetéia tinha uma energia inesgotável.Brincava de pega-pega de manhã, levava meus primos a escola, jogava bola na rua e depois servia de "bebê" nas nossas brincadeiras de boneca...com direito a fralda de pano e touquinha.
Tinha um milhão de manias provavelmente por que foi mimada até o último fio de pêlo. Banho? Só morno e mesmo assim bastava ver os apetrechos, tipo toalha e sabonete, e já se escondia embaixo da cama. Isso sem contar que os vizinhos tinham certeza que estávamos matando a pobrezinha...os ganidos e gritos eram ouvidos a quilômetros de distância.Para se secar botávamos as toalhas no chão e a princesa se secava sozinha. Tentar secá-la era uma guerra perdida, ela mordia as toalhas, fazia cabo-de-guerra e sempre acabava rasgando todas.
Dormia no quarto comigo e meus primos e a cada noite escolhia uma cama. E não adiantava choro, biscoito ou chantagem ela escolhia o felizardo da vez e os outros que se conformassem. Quando demos seus filhotes depois da única ninhada que teve, ela passou uma semana dormindo na varanda....acho que ficou zangada conosco.
Ela curtiu minhas brincadeiras de infância, lambeu minhas lágrimas quando me machuquei, destruiu alguns dos meus trabalhos de escola...E a medida que íamos crescendo nos ensinou o que era envelhecer. Mesmo cega aprendeu a se orientar em casa e continuava adorando um cafuné na barriga... para nós ela parecia mesmo imortal.
É verdade que já não tinhamos mais o mesmo tempo para ela e nem ela a mesma energia que antes, mas parecia tão natural entrar em casa e fazer um carinho nela, que passava agora os dias deitada na varanda da frente.
Eu tinha quinze anos quando ela foi fazer festa no céu. Por que não tenho dúvidas que todos os cães vão para o céu, afinal que tipo de lugar seria o céu sem cães?
Tetéia faz parte de todas as boas lembranças da minha infância e foi, sem dúvida, quem me ensinou que o amor sincero de um cão cura joelhos ralados, faz companhia nos dias de castigo e ensina muito mais que qualquer bronca.



PS: Na foto, Tetéia é a mais escura do lado esquerdo, os outros são seus filhotes (já grandinhos) com Pipo, o macho branco ao fundo. Foi por causa deles que ficamos uma semana sem companhia na hora de dormir....

sábado, 2 de fevereiro de 2008

A Vida Segue....


Quem de nós já não quis um dia que a vida simplesmente parasse um pouquinho? Um intervalo que fosse, quinze minutos de pausa, de silêncio...Um tempinho só para não fazer nada. Sem pensar em contas a pagar, sem brigas com o namorado, sem vizinhos barulhentos, sem o amigo da onça que puxou seu tapete, sem os filhos querendo sempre algo...Um tempo para ser só você.
Esse desejo é ainda maior quando algo de ruim acontece. Parece um deboche da vida que o sol continue nascendo quando tudo que você quer é se esconder na cama e chorar. Mas o sol nasce, o chefe ainda quer que você seja eficiente, os filhos ainda querem o almoço na mesa e não importam suas enormes olheiras ou seu desânio maior ainda, a vida não cessa, não espera só por que você está triste.
E talvez essa seja a grande benção da vida. Se a cada tombo nós parássemos o relógio em busca de um tempo para sofrer, provavelmente ainda estaríamos estacionados lá no primeiro tombo de bicicleta, ou no primeira decepção amorosa. E tanta coisa nunca teria acontecido. A vida segue e nos obriga a andar em sua esteira, querendo ou não. Até o dia em que o sol já não é uma ofensa e em que caminhar já não é obrigação.
Até o próximo tombo, até a próxima esquina....

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Neruda...uma paixão


Amo Neruda, visceralmente. Amo a sonoridade de seus poemas, a tristeza interna, a beleza das cores que se percebe em suas composições. Nada melhor pra começar que um fragmento de poema, uma música de alma...Pablo Neruda.

Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por um só mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos tênues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão na sombra de um raio.


 
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