domingo, 18 de maio de 2008

Diga não a pedofilia


Carolina* tem 10 anos. Ela é o terror da escola. Agressiva, desbocada, ela intimida as meninas e agride os meninos. Carolina briga, bate nos coleguinhas, desrespeita a professora e parece não reconhecer nenhuma autoridade. Seus pais já foram chamados várias vezes à escola, mas nada foi resolvido.
Bruna* tem 12 anos. Ela não se relaciona com os coleguinhas, praticamente não fala. Quieta, apática e sempre no fundo na sala. Os professores praticamente nem a percebem sua presença. Bruna chora à toa e treme ao ouvir gritos.
Bruna e Carolina são parte de uma estatística cruel e mascarada na maioria das vezes pela omissão ou medo de mães, professores e parentes. As duas são vítimas de violência sexual.

A agressão e a violência sexual à crianças acontecem, na esmagadora maioria dos casos, dentro do lar. Em 85% dos casos as vítimas são meninas, com menos de 12anos quando a agresão tem ínicio. Em quase 90% desses casos o agressor é um parente próximo, amigo da família ou conhecido íntimo. O agressor é alguém que esta criança conhece, ama e confia.
A dinâmica do abuso sexual contra crianças tem quase sempre a participação de cúmplices silenciosos. A mãe, os avós, professores, médicos e autoridades policiais, que por omissão ou mesmo por participação ativa no abuso, tornam-se tão agressores quanto aquele quie pratica o ato.
A criança que sofre abuso sexual perde mais que apenas a inocência do corpo. As vítimas perdem a inocênia da alma, são violentadas na confiança que depositavam nos adultos, são roubadas em seu amor. O abuso deixa marcas pela vida inteira.
Agora, enquanto você lê esse texto, nas casas em volta da sua, uma criança pode ser vítima de abuso. Para interromper o ciclo de violência, silêncio e omissão é necessário que todos saibam como reconhecer os sinais de abuso sexual. Todos somos responsáveis por nossas crianças. Quem se cala e não denuncia uma suspeita de abuso sexual condena a criança e a torna vítima duas vezes.

Como reconhecer uma criança vítima de abuso sexual:

· A criança fala ou mostra conhecer coisas de sexo que não é natural para sua idade ou então expressa afeição de um modo que não é normal para uma criança. Se uma criança é pega ensinando outras crianças brincadeiras relacionadas a sexo, ela pode estar apenas repetindo o que ela mesma viveu em alguma situação.

· Depressão, inclusive idéias de suicídio. .Agressividade extrema, tanto contra o outro, mas em muito casos contra si mesmo. A criança morde a si mesma, arranca os cabelos, rói unhas...

·Extrema timidez ou em alguns casos exibicionismo.
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Problemas para dormir, inclusive pesadelos, que ocorrem com mais freqüência do que seria normal.


· Mudanças repentinas e extremas de comportamento, tais como perda de apetite, isolamento social, problemas nos estudos na escola e medo de adultos, principalmente quando a criança não gosta de ir a determinado lugar ou passar tempo com determinada pessoa.


· Medo de ficar só.

· Queixas físicas, tais como dores abdominais ou dores de cabeça. · Roupas de baixo com rasgos ou manchas. Sangramento, arranhões ou inchaço dos órgãos genitais ou boca. Freqüente corrimento vaginal ou dor ao urinar. Embora esse problema não indique uma menina foi abusada, pode ocorrer depois de um abuso.

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Além disso, preste atenção se você nota alguém mostrando afeição de um modo quase sexual para uma criança ou fazendo comentários e elogios sobre o corpo da criança que não parecem normais. Não se omita. Denuncie.

Se você é mãe escute sua filha. Acredite, investigue, pergunte. Não seja cúmplice. Não se cale. Não vire as costas.

Para denunciar:

Disque 100
Disque Denúncia: 2253-1177
Ou então procure o Conselho Tutelar de sua cidade ou a delegacia mais próxima.

*Os nomes foram trocados, mas a história é real.
 
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